19 de março de 2011

Banco Nacional Ultramarino

A Casa Dias tinha uma óptima relação com os bancos em Nampula, mas com o BNU havia uma relação muito mais que institucional.
No mundo dos negócios nada acontece por acaso, e esta ligação começou pouco antes do Natal, no princípio dos anos 60.

Depois da loja fechar e depois de terem ido a casa jantar, o meu pai e o meu tio Francisco, voltaram para à loja.
Era época de Natal e estava um camião de brinquedos, à porta, para descarregar, como era habitual nessa altura, os dois descarregaram os camião, colocando as caixas no chão à porta da loja, para depois as carregar para dentro.
Estavam já a levar as caixas para dentro da loja, quando passou à porta da loja um director do BNU que estava de visita a Nampula, foi falar com os dois irmãos e ficou impressionado com o afinco no trabalho que eles mostravam. Pediu-lhes para aparecerem no banco no dia seguinte.
Assim foi, no dia seguinte estavam no banco e foi-lhes oferecido um financiamento.
Segundo conta o meu pai, perguntaram-lhes que montante precisariam, ao que o meu pai respondeu (atirando um número mais ou menos ao calhas, mas elevado): "cem contos". Como resposta recebeu: "Vamos pedir 200 contos!" A autorização para os empréstimos passava pelo cunho da Metrópole, mas o aval era dado pelos directores e gerentes em Moçambique.
Foi pouco depois concedido à Casa Dias um financiamento de 150 contos. Ao que parece bastante dinheiro para a época!
Assim começou a ligação entre dois parceiros e que continuou ao longo dos anos.
A Casa Dias oferecia tradicionalmente um jantar de homenagem ao BNU, por altura no seu aniversário.

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