Aquele espaço estava a ser utilizado como armazém e para a revenda. Havia também a necessidade de libertar a Sede da venda dos artigos mais baratos pois o espaço estava a tornar-se pequeno para a clientela.
Decidiram então abrir uma casa mais popular, onde se vendessem os artigos mais baratos.

Para quem se lembra os artigos na Feira estavam espalhados por toda a loja, e os clientes escolhiam e levavam à caixa para pagar.
Falando em chitas, este tecido era o chamariz daquela casa, as chitas sempre foram vendidas a preço de custo ou mesmo abaixo. (quem diria dumping!), mas pouca gente levava só chitas, para chegar ao balcão onde elas estavam tinham que atravessar a loja até ao fundo, passando entre as mesas que “populavam” por toda o sítio, e lá compravam um par de meias, um pára-mamas, um calção, etc, etc. De facto, fazia-se na Feira, à custa das chitas, um pouco daquilo que nos fazem hoje os supermercados com as “promoções e outras complicações”.

O Gomes, minhoto de Monção, o gerente, andava sempre de um lado para o outro. Tinha como seu braço direito a Alina, uma mulher incrível, com uma capacidade de trabalho extraordinária.
O Chico, que saudades! Claro que pouca gente se lembra dele a menos que tenha trabalhado lá, o Chico, pai do Francisco Chico, foi um dos primeiros empregados da casa, era amoroso, tinha um cuidado incrível connosco, as suas meninas. Mais tarde começou a ter problemas com a bebida, poucos dias trabalhava, mas aparecia sempre para receber o ordenado (que diga-se de passagem lhe foi sempre pago). Numa coisa ele não falhava, todos os Sábados de manhã ia à estação de comboios buscar as cangarras de caranguejo, que levava a nossa casa de seguida.
Perdoem-me aqueles que não menciono, mas os anos passaram e a memória foi-se especialmente para nomes, prometo continuar a minha pesquisa e voltar a escrever sobre as tantas e tantas pessoas que passaram pela Feira.
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